quarta-feira, 12 de setembro de 2012

TEORIA DA COINSPIRAÇÃO


“Sonho que se sonha junto é realidade”

Tudo o que me cerca vem carregado de uma quantidade tal de informações que temo não ter capacidade de filtrá-las.
Imagens, palavras, cheiros, sensações, cacofonia, policromia, sinestesia.
Pensamentos.
Tudo transborda em pensamentos, não só o que é humano, pois o que é coisa também me vem como ideia e como a ideia do pensamento como sendo a coisa-em-si.
Sinapses.

Assimilar cada estímulo _concreto ou abstrato_ e metabolizar, realimentando todas as sensações já existentes em mim e sendo também um retransmissor, tornando-me (ou continuando) um núcleo e uma unidade de tudo, pois eu também estou ao meu redor.

Ah, essa permeabilidade que me permite absorver, devolver e transitar... tão vital e tão tóxica. O que me nutre e o que me mata tão similares e só o que os diferencia é o que eu escolho fazer de cada um.

Essa juventude carregada de sentimentos estreantes e ineditismos tão antigos. Essa velhice carregada de experiências e neurastenias sábias e desgastadas. E eu em meio a isso tudo.

Inspiro. Carrego meus pulmões de ar e de poeira e fumaça. E devolvo ao ar mais veneno. Eu e tudo o que respira e inspira. E as coisas.
Me inspiro. Me encho de tudo. Pleno. E devolvo, às vezes ainda cru. Não assimilado.

E sigo. Compartilhando o mesmo ar de tudo o que me cerca. As cores e sons. Concretudes e pensamentos. Apenas sendo.

Pessoa e coisa. Unidade e todo. Ainda e também.

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