O teste psicotécnico diz que se eu não escolher o vermelho é porque tenho problemas.
Não gosto de problemas.
Não gosto de ter problemas.
Não gosto de perceber que posso ter problemas.
Não gosto de saber que tenho problemas.
Em contrapartida, não gosto de ver minhas escolhas guiadas por fatores
Que vão além do meu controle mais objetivo.
Que vão além das minhas negações.
Que vão além das minhas ênfases.
Que vão além da minha consciência.
Apesar de saber que essa mão _forte, grande e invisível_
que me empurra e me desvia
é também minha,
Me aflige constatar que não a controlo,
Que não a domino.
Fico no pêndulo destas instâncias psicológicas
Entre a pungência da inércia do que me fora automatizado
E a voluntária ilusão do controle.
Se somado a isso houver a providência (quase e talvez) premeditada do acaso
O que seria factual se torna inevitável e infalível armadilha.
Só que após me ver inelutavelmente capturado,
Tendo a preferir que tais forças
Que de tão incrustadas no meu formar definem o meu querer e agem sozinhas
Definam o rumo das ações.
É justamente quando elas decidem que tais estratégias
_fuga ou adaptação_
partem do racional.
É, eu tenho um problema.
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