Se cada vez que eu pensasse em você, você retribuísse com um décimo do carinho que sinto, eu poderia me considerar alguém muito amado.
A verdade é que já não sei mais se acredito tanto nessa história de que basta amar. Acreditei nisso por tanto tempo que pensei até ser feliz assim. Feliz e completo. Sou (era) um homem que ama(va). Isso me fazia pensar que talvez eu fosse a única pessoa sobre a Terra conhecedora do segredo franciscano que faz alguém se sentir pleno ao consolar, compreender, amar, dar, perdoar sem esperar reciprocidade (os mais moderninhos devem chamar a isso de “feedback”).
Mas hoje venho percebendo que também é bom ser amado. Talvez seja não mais que alguma inveja dos que têm isso para si, mas a impressão que me dá é a de que ainda falta algo, algum degrau que impede de chegar ao topo, como se até agora eu estivesse sendo premiado em alguma categoria especial para handicapés.
É muito ruim se sentir tão pouco.
“Don't you want somebody to love?
Don't you need somebody to love?
Wouldn't you love somebody to love?
You better find somebody to looooove!”
Começo a pensar que isso pode ser realmente uma idéia a se pensar, cara do avião...
domingo, 27 de setembro de 2009
Feedback
sábado, 26 de setembro de 2009
PSEUDICES (ou "Citações vãs")
Sardas e pintinhas podem se tornar um problema sério... mas não para quem as possuem. Afinal, estes já conhecem de cór todos os tipos de cuidados que devem ter com suas peles, proteções, etc. O problema é para quem as olha. E piora se, além de olhar, você as admirar.
Compor um texto que fale sobre esses pequenos e múltiplos detalhes estéticos sem cair em nenhum clichê ou idéia já anteriormente usada é uma tarefa ingrata, ainda mais se já ocorreu até mesmo uma admissão do autor em já ter usado/gasto certos recursos em elaborações anteriores...
Listemos isso:
1. Comparar com aqueles joguinhos de ligar os pontos: USADO
2. Comparar com estrelas e simular "constelações": USADO
3. Fingir contar (sim, pois esse tipo de coisa só se finge mesmo) cada uma delas: USADO
Poderia também me valer do clichê máximo que é a denominação francesa ("grains de beauté") e falar de como esses grãos deixam ainda mais bela a visão. Mas também teria que colocar nisso o carimbo de USADO. É quando sinto raiva dos compositores.
Assim sendo, me debruçarei sobre essas velhas idéias em citações. É o que me resta.
Começo pela última idéia citada. Os tais "grains de beauté/que vão ajudar você/a encontrar/o caminho de casa" (CÉU, 2009). É, eu poderia até usar isso, uma vez que estou longe da minha, mas a questão é que não concordo muito com essa idéia como ela foi colocada nesse caso, visto que João e Maria usaram desse recurso para marcar o caminho e os passarinhos comeram e sabemos todos o resultado disso (passaram um bom tempo aprisionados por uma bruxa).
Se fosse para falar de guias para casa, ainda preferiria a imagem das estrelas/constelações, que estão sempre lá no firmamento e sempre guiaram de modo certo os navegadores, mesmo os perdidos. Um ponto sem falas para observação.
O fato de eu estar longe também me impediria de usar as outras figuras como contar ou ligar os pontos, pois isso só pode ser feito presencialmente. Não cabem na idéia do texto.
Mas a distância pode me ajudar (e até me resguardar) no uso de uma imagem que não me recordo de a ter utilizado antes. As artes plásticas!
Alguém me perguntará, coberto de razão: "Mas desde quando comparar a beleza de uma mulher a uma pintura é novidade?".
Realmente, novidade nenhuma, mas posso me dar o direito de arriscar fazer diferente, certo?
Pois bem... Vamos então ao cerne a partir desse mote.
Eis que me encontro distante da terra que resolvi adotar como casa. Ainda tenho poucas referências dela, mas uma imagem em especial me leva à consciência de que meu lugar agora é lá. É um quadro. Um belo quadro impressionista, desses cuja técnica empregada _o pontilhismo_ nos leva a só perceber a grandeza do todo quando observamos a uma certa distância. As nuances do todo resultam de uma certa não-intenção de uma imagem total ao se perceber todos aqueles pontinhos de pequenas variações tonais tão juntinhos...
Os impressionistas eram muito corretos nessa intenção de deixar que os olhos do público interpretassem as intenções dessas cores sem linhas, tão incertas... pena que às vezes o espectador seja míope e que quando se aproxima mais para perceber, só consiga ver os pontinhos.
Compor um texto que fale sobre esses pequenos e múltiplos detalhes estéticos sem cair em nenhum clichê ou idéia já anteriormente usada é uma tarefa ingrata, ainda mais se já ocorreu até mesmo uma admissão do autor em já ter usado/gasto certos recursos em elaborações anteriores...
Listemos isso:
1. Comparar com aqueles joguinhos de ligar os pontos: USADO
2. Comparar com estrelas e simular "constelações": USADO
3. Fingir contar (sim, pois esse tipo de coisa só se finge mesmo) cada uma delas: USADO
Poderia também me valer do clichê máximo que é a denominação francesa ("grains de beauté") e falar de como esses grãos deixam ainda mais bela a visão. Mas também teria que colocar nisso o carimbo de USADO. É quando sinto raiva dos compositores.
Assim sendo, me debruçarei sobre essas velhas idéias em citações. É o que me resta.
Começo pela última idéia citada. Os tais "grains de beauté/que vão ajudar você/a encontrar/o caminho de casa" (CÉU, 2009). É, eu poderia até usar isso, uma vez que estou longe da minha, mas a questão é que não concordo muito com essa idéia como ela foi colocada nesse caso, visto que João e Maria usaram desse recurso para marcar o caminho e os passarinhos comeram e sabemos todos o resultado disso (passaram um bom tempo aprisionados por uma bruxa).
Se fosse para falar de guias para casa, ainda preferiria a imagem das estrelas/constelações, que estão sempre lá no firmamento e sempre guiaram de modo certo os navegadores, mesmo os perdidos. Um ponto sem falas para observação.
O fato de eu estar longe também me impediria de usar as outras figuras como contar ou ligar os pontos, pois isso só pode ser feito presencialmente. Não cabem na idéia do texto.
Mas a distância pode me ajudar (e até me resguardar) no uso de uma imagem que não me recordo de a ter utilizado antes. As artes plásticas!
Alguém me perguntará, coberto de razão: "Mas desde quando comparar a beleza de uma mulher a uma pintura é novidade?".
Realmente, novidade nenhuma, mas posso me dar o direito de arriscar fazer diferente, certo?
Pois bem... Vamos então ao cerne a partir desse mote.
Eis que me encontro distante da terra que resolvi adotar como casa. Ainda tenho poucas referências dela, mas uma imagem em especial me leva à consciência de que meu lugar agora é lá. É um quadro. Um belo quadro impressionista, desses cuja técnica empregada _o pontilhismo_ nos leva a só perceber a grandeza do todo quando observamos a uma certa distância. As nuances do todo resultam de uma certa não-intenção de uma imagem total ao se perceber todos aqueles pontinhos de pequenas variações tonais tão juntinhos...
Os impressionistas eram muito corretos nessa intenção de deixar que os olhos do público interpretassem as intenções dessas cores sem linhas, tão incertas... pena que às vezes o espectador seja míope e que quando se aproxima mais para perceber, só consiga ver os pontinhos.
Mas sim. É isso que ela me é. Um quadro que impressiona o meu olhar, cuja beleza se faz ainda mais com pequenos pontinhos, mas que eu só posso admirar assim em estando longe. Em estando perto, os temas se tornam outros. Talvez seja melhor assim. Em estando perto, são um monte de pontinhos confusos!
Assinar:
Postagens (Atom)