1. "Garrincha chamava todos os seus marcadores de 'joão' por não fazer diferença quem seria a marcá-lo."
Mito. O que aconteceu foi que, na Copa de 58, Garrincha, aquele rapazote do interior, não fazia ideia de como se pronunciavam os nomes daquele monte de gringos que iriam marcá-lo. Não era e nem se tornou um hábito.
2. "Michael Jackson compôs 'Ben' para o seu rato de estimação, que era seu único amigo e que foi morto por seu pai como castigo."
Mito. Quem compôs "Ben" foram Donald Black e Walter Scharf e sim, a canção era sobre um rato, mas era apenas uma música de encomenda para um filme homônimo de suspense no qual um menino tinha o tal rato como amigo. Dado curioso: Michael foi o "reserva", a canção não fora feita para ele, que apenas substituiu quem seria o intérprete original.
3. "Ozzy Osbourne soltava morcegos no palco e arrancava-lhes as cabeças a dentadas."
Mito. Uma vez alguém jogou um morcego no palco e Ozzy, achando que era de brinquedo, o mordeu (o que lhe causou diversos problemas de saúde). Ah! O lance de arrancar a cabeça da pomba aconteceu de verdade, mas foi porque ele queria justamente fazer troça com o incidente do morcego. Coisas do METAL....
mas... e o item 4?
Sim, eu sou ateu desde que me lembro e SIM, tive uma fase de "busca espiritual" em que, mais que efetivamente acreditar, eu QUERIA acreditar. Bem... eu não consegui, mas não me ressinto, aliás, aprendi duas coisas importantes: a respeitar mais e a questionar ainda mais. Esta fase foi breve, do fim da adolescência ao começo da juventude (entre os 17 e 23 anos, para ser mais específico).
O que escreverei aqui é uma espécie de "resposta" ao que vejo muita gente de bem fazendo por aí em ambos os lados, o dos que creem e o dos que não creem.
Eu não vou dizer que eu realmente acredite em Jesus, mas não vou negar que gosto muito da ideia da existência desta pessoa um dia no mundo e que tal ideia me é não apenas verossímil como perfeitamente possível.
Duvidar ou ainda não acreditar na existência de Jesus me soa como não acreditar na existência de Sócrates. Ambos só chegaram ao nosso conhecimento através de relatos de seus discípulos e mesmo de seus críticos... mas alguns dirão: "Platão e Aristófanes tiveram contato direto com Sócrates; Mateus, Marcos, Lucas e João não!". É, eu sei, mas vamos combinar que a Grécia era bem mais adiantada em produção literária que a Galileia, que aparentemente preferia a transmissão oral de conhecimentos.
Consideremos também um dos outros argumentos do pessoal do "Jesus não existiu": falta de registros. Bem... Tanta gente por aí nasce, cresce, faz coisas muito legais e morre sem ninguém saber hoje no Brasil ou nos EUA ou na Alemanha, o que se dirá há dois mil anos em uma terra de gente iletrada. E tanta gente tem seus registros postos em dúvida por terem sido feitos em um modo ultrapassado ou que pereceu. Não duvidem, eu nasci na capital do Rio de Janeiro, em um de seus maiores bairros (a Tijuca), em um hospital do governo, pior: em um hospital MILITAR, e tive que "atualizar" minha certidão de nascimento pois ela havia sido preenchida à mão e eu poderia perdê-la. Hoje tenho uma versão feita por uma impressora, mas acho que falta uma "alma" a ela.... enfim, divagações...
Não duvido que uma figura do porte e com as ideias de Jesus e chamado Jesus tenha andado por aquela área naquela época. E não duvido que as pessoas falassem muito a seu respeito. É aí que entra o verdadeiro problema... já diz o velho ditado: "quem conta um conto aumenta um ponto". Imaginem então a história de um cara que pode ter sido uma grande insurgência religiosa sendo recontada por uma ou duas gerações até que alguém resolvesse colocar por escrito! Belo fator de complicação, hein!
Pensemos nos exemplos anteriores. Mané Garrincha ainda era vivo quando surgiu a "lenda dos joões" e ela permanece até hoje, mesmo ele mesmo tendo desmentido a história. Michael Jackson era só um cantor, mas há quem chegue a atribuir milagres a ele, o que se dirá uma história sobre uma música. Ozzy é uma figuraça que se alimenta e se promove com histórias desse tipo; ele as nega, mas se diverte a valer com cada uma dessas!, não é à toa que ele se intitula de "o príncipe das trevas"! SAVE OZZY! E eu nem falei da Lady Di!
Pensemos um pouco, meus caros, e vou usar as metáforas futebolísticas que tanto prezo... quantas vezes vocês não não ouviram alguém contar que um jogador de futebol "driblou o time todo" para fazer um gol? Ou talvez que ele tenha tido que "passar por umas 40 pessoas para chegar ao gol"? Sabemos que em campo só há 23, certo (22 jogadores e o árbitro)? Essas afirmações são mentiras? O jogador não driblou mesmo vários adversários e não fez o gol? Não sabemos que é só um exagero? Não sabemos diferenciar a verdade não da mentira, mas da invenção?
4. "Jesus Cristo andou sobre as águas."
Ao ler tal passagem, eu não duvido que ele tivesse ido ao barco dos amigos pescadores mesmo sendo um carpinteiro. São amigos, ora! Estava lá, no alto do monte e veio a tempestade, era noite, o amigo foi salvar o pessoal que estava na água, houve desespero, os alcança, Pedro cai na água, E AGORA, JESUS? Tampouco duvido que Jesus tivesse sabido como manter a calma e resgatar o amigo à deriva como um verdadeiro salva vidas, animando o amigo com palavras como "estou aqui", "eu te ajudo", "me dê a mão", "não solte", e coisas do gênero (em aramaico, claro). Mas quando leio que "Jesus foi ter com eles caminhando sobre a água" e que ainda desdenhou do afogamento de Pedro ("Homem de pouca fé, porque duvidaste?") ao invés de alguém que disse ao amigo se afogando "cara, não desiste, tenha fé, estou aqui, nada vai acontecer de mal" e que pessoas inteligentes e de bem preferem acreditar nisso... eu fico confuso. Não em relação a Jesus, mas em relação ao que acontece com as pessoas desde tempos imemoriais: preferir acreditar em uma história fantástica que cria mitos ao invés de perceber a beleza da simplicidade das histórias reais. É a mesma ideia de que as pessoas querem dar um "beijo de cinema" (ou um "orgasmo de cinema", não é, revista NOVA?) ao invés de dar um legítimo beijo amoroso sem enquadramentos perfeitos, giros de câmera, maquiagens e posicionamentos marcados dos atores.
Não duvido da religiosidade de Jesus. Talvez ele realmente se considerasse o filho do deus no qual acreditava, talvez ele usasse isso para reforçar a sua imagem como líder de sua religião, talvez apenas as pessoas dissessem isso dele. Eu só sei que a quase totalidade do que ele disse eram coisas sobre tolerância mesmo com quem não lhe era partidário religioso (lembram da samaritana? pois é), amizade, respeito para com todos, humildade, e todas essas lições ele as deu sem precisar de nenhum milagre e eu gosto da figura dele por conta disso e da firmeza de alguém que parece ter se doado inteiramente ao que acreditava sendo isto algo bom e digno. Em caso de dúvidas, consultem a Bíblia com olhos atentos. Minha mãe sempre me ensinou a não aceitar respostas prontas e que não é só porque algo está escrito é verdade. Todo mundo pode escrever qualquer bobagem. Mesmo eu. Mesmo com a melhor das intenções. Especialmente com alguma intenção premeditada.
Um abraço.
Mito. O que aconteceu foi que, na Copa de 58, Garrincha, aquele rapazote do interior, não fazia ideia de como se pronunciavam os nomes daquele monte de gringos que iriam marcá-lo. Não era e nem se tornou um hábito.
2. "Michael Jackson compôs 'Ben' para o seu rato de estimação, que era seu único amigo e que foi morto por seu pai como castigo."
Mito. Quem compôs "Ben" foram Donald Black e Walter Scharf e sim, a canção era sobre um rato, mas era apenas uma música de encomenda para um filme homônimo de suspense no qual um menino tinha o tal rato como amigo. Dado curioso: Michael foi o "reserva", a canção não fora feita para ele, que apenas substituiu quem seria o intérprete original.
3. "Ozzy Osbourne soltava morcegos no palco e arrancava-lhes as cabeças a dentadas."
Mito. Uma vez alguém jogou um morcego no palco e Ozzy, achando que era de brinquedo, o mordeu (o que lhe causou diversos problemas de saúde). Ah! O lance de arrancar a cabeça da pomba aconteceu de verdade, mas foi porque ele queria justamente fazer troça com o incidente do morcego. Coisas do METAL....
mas... e o item 4?
Sim, eu sou ateu desde que me lembro e SIM, tive uma fase de "busca espiritual" em que, mais que efetivamente acreditar, eu QUERIA acreditar. Bem... eu não consegui, mas não me ressinto, aliás, aprendi duas coisas importantes: a respeitar mais e a questionar ainda mais. Esta fase foi breve, do fim da adolescência ao começo da juventude (entre os 17 e 23 anos, para ser mais específico).
O que escreverei aqui é uma espécie de "resposta" ao que vejo muita gente de bem fazendo por aí em ambos os lados, o dos que creem e o dos que não creem.
Eu não vou dizer que eu realmente acredite em Jesus, mas não vou negar que gosto muito da ideia da existência desta pessoa um dia no mundo e que tal ideia me é não apenas verossímil como perfeitamente possível.
Duvidar ou ainda não acreditar na existência de Jesus me soa como não acreditar na existência de Sócrates. Ambos só chegaram ao nosso conhecimento através de relatos de seus discípulos e mesmo de seus críticos... mas alguns dirão: "Platão e Aristófanes tiveram contato direto com Sócrates; Mateus, Marcos, Lucas e João não!". É, eu sei, mas vamos combinar que a Grécia era bem mais adiantada em produção literária que a Galileia, que aparentemente preferia a transmissão oral de conhecimentos.
Consideremos também um dos outros argumentos do pessoal do "Jesus não existiu": falta de registros. Bem... Tanta gente por aí nasce, cresce, faz coisas muito legais e morre sem ninguém saber hoje no Brasil ou nos EUA ou na Alemanha, o que se dirá há dois mil anos em uma terra de gente iletrada. E tanta gente tem seus registros postos em dúvida por terem sido feitos em um modo ultrapassado ou que pereceu. Não duvidem, eu nasci na capital do Rio de Janeiro, em um de seus maiores bairros (a Tijuca), em um hospital do governo, pior: em um hospital MILITAR, e tive que "atualizar" minha certidão de nascimento pois ela havia sido preenchida à mão e eu poderia perdê-la. Hoje tenho uma versão feita por uma impressora, mas acho que falta uma "alma" a ela.... enfim, divagações...
Não duvido que uma figura do porte e com as ideias de Jesus e chamado Jesus tenha andado por aquela área naquela época. E não duvido que as pessoas falassem muito a seu respeito. É aí que entra o verdadeiro problema... já diz o velho ditado: "quem conta um conto aumenta um ponto". Imaginem então a história de um cara que pode ter sido uma grande insurgência religiosa sendo recontada por uma ou duas gerações até que alguém resolvesse colocar por escrito! Belo fator de complicação, hein!
Pensemos nos exemplos anteriores. Mané Garrincha ainda era vivo quando surgiu a "lenda dos joões" e ela permanece até hoje, mesmo ele mesmo tendo desmentido a história. Michael Jackson era só um cantor, mas há quem chegue a atribuir milagres a ele, o que se dirá uma história sobre uma música. Ozzy é uma figuraça que se alimenta e se promove com histórias desse tipo; ele as nega, mas se diverte a valer com cada uma dessas!, não é à toa que ele se intitula de "o príncipe das trevas"! SAVE OZZY! E eu nem falei da Lady Di!
Pensemos um pouco, meus caros, e vou usar as metáforas futebolísticas que tanto prezo... quantas vezes vocês não não ouviram alguém contar que um jogador de futebol "driblou o time todo" para fazer um gol? Ou talvez que ele tenha tido que "passar por umas 40 pessoas para chegar ao gol"? Sabemos que em campo só há 23, certo (22 jogadores e o árbitro)? Essas afirmações são mentiras? O jogador não driblou mesmo vários adversários e não fez o gol? Não sabemos que é só um exagero? Não sabemos diferenciar a verdade não da mentira, mas da invenção?
4. "Jesus Cristo andou sobre as águas."
Ao ler tal passagem, eu não duvido que ele tivesse ido ao barco dos amigos pescadores mesmo sendo um carpinteiro. São amigos, ora! Estava lá, no alto do monte e veio a tempestade, era noite, o amigo foi salvar o pessoal que estava na água, houve desespero, os alcança, Pedro cai na água, E AGORA, JESUS? Tampouco duvido que Jesus tivesse sabido como manter a calma e resgatar o amigo à deriva como um verdadeiro salva vidas, animando o amigo com palavras como "estou aqui", "eu te ajudo", "me dê a mão", "não solte", e coisas do gênero (em aramaico, claro). Mas quando leio que "Jesus foi ter com eles caminhando sobre a água" e que ainda desdenhou do afogamento de Pedro ("Homem de pouca fé, porque duvidaste?") ao invés de alguém que disse ao amigo se afogando "cara, não desiste, tenha fé, estou aqui, nada vai acontecer de mal" e que pessoas inteligentes e de bem preferem acreditar nisso... eu fico confuso. Não em relação a Jesus, mas em relação ao que acontece com as pessoas desde tempos imemoriais: preferir acreditar em uma história fantástica que cria mitos ao invés de perceber a beleza da simplicidade das histórias reais. É a mesma ideia de que as pessoas querem dar um "beijo de cinema" (ou um "orgasmo de cinema", não é, revista NOVA?) ao invés de dar um legítimo beijo amoroso sem enquadramentos perfeitos, giros de câmera, maquiagens e posicionamentos marcados dos atores.
Não duvido da religiosidade de Jesus. Talvez ele realmente se considerasse o filho do deus no qual acreditava, talvez ele usasse isso para reforçar a sua imagem como líder de sua religião, talvez apenas as pessoas dissessem isso dele. Eu só sei que a quase totalidade do que ele disse eram coisas sobre tolerância mesmo com quem não lhe era partidário religioso (lembram da samaritana? pois é), amizade, respeito para com todos, humildade, e todas essas lições ele as deu sem precisar de nenhum milagre e eu gosto da figura dele por conta disso e da firmeza de alguém que parece ter se doado inteiramente ao que acreditava sendo isto algo bom e digno. Em caso de dúvidas, consultem a Bíblia com olhos atentos. Minha mãe sempre me ensinou a não aceitar respostas prontas e que não é só porque algo está escrito é verdade. Todo mundo pode escrever qualquer bobagem. Mesmo eu. Mesmo com a melhor das intenções. Especialmente com alguma intenção premeditada.
Um abraço.