sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

TORCIDA

Prever, prevenir, previdência... mesma origem, tão próximas, mas com aplicações tão diversas.
Podemos prever certas coisas e ainda assim sermos imprevidentes. Podemos nos prevenir de tudo justamente para não precisar prever nada. E ainda termos a opção de simplesmente não prever nada, não nos prevenirmos contra nada, sermos imprevidentes em relação a tudo.

E o resultado quase sempre é parecido.

Alguns torcedores em finais de campeonatos têm o costume de levar um cartaz com a seguinte inscrição: “EU JÁ SABIA”. Eu sempre brinco que é aplicável a qualquer resultado, só o que muda é a expressão facial e corporal daquele que segura o tal cartaz.

Às vezes só o que falta em algumas situações é o cartaz. Eu já sabia.

Eu já sabia que aquele show seria ótimo.
Eu já sabia que conseguiria aquele emprego.
Eu já sabia que a viagem daria certo.
Eu já sabia que não deveria ter tomado aquela terceira dose.
Eu já sabia que nunca daria certo entre mim e ela.
Eu já sabia que aquela prova seria difícil assim.

Eu já sabia. Mas às vezes eu sabia e não me preveni. Às vezes eu preferi não saber.

E algumas vezes restam alguns troféus.
Um diploma.
Uma boa lembrança.
Uma memória dolorida.
Uma conta a ser dificilmente parcelada.
Um porta-retratos.
Algo novo e que nunca foi usado que foi direto para um fundo de armário.

Eu já sabia.