Hoje cai sozinha.
E machuca joelhos, tornozelos.
Da menina que deixaram cair em uma tola brincadeira de crianças.
Hoje não confia mais em ninguém.
Hoje ninguém vai mais deixá-la cair.
Hoje ela se atira por si só.
Não... ninguém mais a deixa cair.
Não... ela se levanta sozinha.
Não... ela não chorará na frente de ninguém.
Ela mesma limpará as feridas e fará os esforços que forem pra não mancar.
Os joelhos doerão e sangrarão.
As pernas terão marcas roxas.
Só que ela não para de se atirar.
Nem de cair.
Às vezes parece que ela escolhe justamente
Onde não há rede de segurança.
Um salto.
Um mergulho.
Uma acrobacia no ar.
O chão.
Duro.
E a torcida para que ela consiga de novo se levantar sozinha.
E a esperança.
(para Jessika Thaís)